Desembarcaram em Belo Horizonte no fim da manhã desta quarta-feira, os 39 estelionatários presos em uma operação conjunta das polícias Federal, Civil e Militar, além do Corpo de Bombeiros e Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). De acordo com os investigadores, os criminosos fizeram mais de 100 vítimas e causaram um prejuízo de mais de R$ 10 milhões. O grupo foi detido em oito cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, mas o inquérito será concluído na capital mineira, onde está uma das vítimas identificadas pela polícia.

Segundo os investigadores, as vítimas eram abordadas por meio do envio de falsas notificações judiciais que noticiavam supostos créditos oriundos de previdência complementar, com as quais haviam contribuído no passado. Para a liberação do dinheiro então prometido, o grupo exigia a antecipação de valores a título de impostos e custas processuais. As vítimas, a maioria servidores públicos e pensionistas, depositavam elevadas quantias em contas repassadas pelos criminosos e, então, se davam conta que os créditos a que teriam direito eram fictícios.

De acordo com o delegado da Polícia Federal, Flávio Albergaria, a maioria das vítimas começavam enviando valores entre R$ 1 mil e R$ 2 mil, mas os valores iam crescendo e podiam chegar a valores gigantescos. Segundo Albergaria, a polícia tomou conhecimento que uma das vítimas chegou a depositar um milhão na conta dos criminosos.

Os agentes tinham 50 mandados de prisão a cumprir e 11 suspeitos ainda estão sendo procurados. Os líderes do grupo, Janete Gomes e o marido dela, foram presos na Zona Sul de São Paulo. Na casa do casal, a polícia encontrou dinheiro, carros e listas de contato que comprovam a participação nos golpes. As investigações mostraram que organização criminosa conseguia as informações das vítimas por meio de bancos de dados roubados.

Eles responderão pelos crimes de organização criminosa e estelionato, cujas penas somadas podem chegar a 13 anos de prisão. A ação envolve cerca de 300 policiais civis, federais, militares e agentes penitenciários.

Fonte: Estado de Minas